Na candelária, os moleques de tocaia
se esconde atrás das traias de olho no policial
A rua escura, favorece aquela dura, "dotô"
os "óio" claro da sinistra nos meus "óio" matou
E era um barulho
das balas nos entulhos
furou os "óio" de Júlio
e apagou um montão de vez
Sumiu Genaro
Papa-Léguas, Zé matuto, "Dotô"?
Foi sacrifício, matar moleque não é difícil
Naquele dia, todos nós virou notícia
os "homi" veio e pagou linguiça
até ouviu a nossa voz
"falemo" a toa pois os "homi" tão na boa
seus pensamento voa e não pousa mais em nós
E era Pedro, Lucas, Zeca, mané e Sandoval
Era João, era Antônio
Era Russo, o dentuço e o animal
No viaduto
os moleques tudo puto
é que deu mais um estupro
e lá se foi a Diolina
Era a mais bela
de nós todo era a mais linda, "Dotô"
E foi maldade, tinha só doze de idade e acabou
Na violência, eu perdi a inocência
nos amamos, eu e Clemência entre as rodas da patâmo
Foi complicado, a Clemência era apertada demais
Foi sacrifício, eu no escuro a procurar orifício
Naquelas tardes, eu me lembro o corpo arde
feito as roupas quando encarde
o cheiro de creolina
Nós se roçava
E de tanto que roçava
logo nós também cansava
e chorava a falta das meninas
Era Maria, Preta, Deca, Manu, do Vidigal
Era Joana, era Antônia, era Lúcia, a Marluci e a Marinal