Chegou a hora
Ele gira a chave na ignição
Dá a partida no motor
E tem partido o coração
Dá mais um beijo em seu amor
E diz, até breve minha flor
Mas ele sabe muito bem
Que nem tão breve volta não
Que vai rodar sobre os pneus
Por este mundo de meu Deus
E em cada ida e cada volta
Há sempre um laço que se solta
Entre o aro e o caminhão
Ele vai pensando em seu amor
Escrevendo no seu relicário
São tantos cavalos no motor
Ele é um cavaleiro solitário
E vem a chuva, vendaval
Poeira, sol e temporal
A solidão não lhe dá trégua
E tome rap e tome légua
Vai o velho andarilho
No volante do seu bruto
No painel carregando a foto da mulher
E do seu fruto
Estradão que não acaba
Uma lágrima desaba embaçando a visão
Ele sabe que na vida
Entre o regresso e a partida
Tem saudade e muito chão
Ele vai pensando em seu amor
Escrevendo no seu relicário
São tantos cavalos no motor
Ele é um cavaleiro solitário
Do Oiapoque ao Chuí
Vai desbravando este país
Um dia aqui outro ali
Só desse jeito ele é feliz
Quando começa a regressar
Sonha com ela no portão
Toda a família a lhe esperar
Aí, bate mais forte o coração
É que a saudade pesa
É o estradeiro que se preza
Pra São Cristóvão reza
E vai com Deus na direção
Ele vai pensando em seu amor
Escrevendo no seu relicário
São tantos cavalos no motor
Ele é um cavaleiro solitário
Ele vai pensando em seu amor
Escrevendo no seu relicário
São tantos cavalos no motor
Ele é um cavaleiro solitário
Ele vai pensando em seu amor
Escrevendo no seu relicário
São tantos cavalos no motor
Ele é um cavaleiro solitário
Ele vai pensando em seu amor
Escrevendo no seu relicário
São tantos cavalos no motor
Ele é um cavaleiro solitário