Já me acostumei
Com a falta de caridade
Já me acostumei
Com os gestos de Barrabás
Já me acostumei
Com toda a certeza
Pois a natureza de insano me atingiu
Já me acostumei a ver a luz
Até mesmo onde não está
Pra mim é normal ocultar a verdade
E em nome de Deus, dizer a mentira
Já me acostumei
A falar com os espelhos
E me convencer da minha beleza
A falar de próximo com desrespeito
E a bater no peito dia sete do nove
Já me acostumei com a fome na África
Com a guerra santa e os filmes de heróis
E, pensando bem
Quem se importa com isso?
A mentira, amigo, é amiga do homem...
Já me acostumei...