Sinto um gosto amargo, um gole de vida, eu pago!
Dinheiro é pra gastar, não me endivido, eu sempre pago!
Esquina de quebrada, eu que não fico
aqui eu não paro, claro
Eu não tô de bigode super homem, salafrário!
Trabalho não é cascalho, então vêm com o meu salário
Eu faço rima atrás de rima pra ser o Zapi do baralho!
Estudo na correria, cria da noite vadia
faço Usp e cuspo rima na cara desses gravata
Só não vou cuspir pra cima
porque o que sobe sempre volta truta
O dedo do Lula na Dilma
que o meu Rap não é um trabalho! Porra!
Trabalho 24 horas, mas não o que você está pensando
Trabalho a mente mesmo
vai lá na esquina ver se eu tô moscando!
Mano eu não mosko com os filho da puta
porque eu me garanto, sei que rasga o pano!
Trabalho e vou só no sapato
ligeiro no ato, então vai se ligando
Não queria pagar de ladrão com essa toca
se você nunca viu um cano mano
e tira essa gíria da boca se você não sabe o significado!
A cultura não é sua é da rua cuzão, perdeu!
Quero ver alguém vir falar que é mais Rap do que eu!
Rap não tem cor mano, nem corte de cabelo
Sou mais folgado que meus pano
pros moda é um pesadelo!
Pros skatista da banca, os pixador e os maconheiro
Som que faz ressuscitar todos os rato do bueiro!
A contra-cultura avança, a moda imita mas não alcança
Quem tá sempre um passo atrás
tem menos peso na balança!
Desde 89 a Familia Vadios somente avança
quebrando as barreiras do capitalismo
pra se envolver nas cobrança!
Das estampas de camiseta até as pichação na França!
Tem pra troca? Vila Pompéia é o endereço... pilantra!
O inverso dos dedo de gesso solto e bem avonts
a neblina me camufla enquanto eu foco no horizonte!
Mudança gradativa malandro, começa hoje!
A gravidade não limita o que da vida não se esconde
O olho tem ponto cego, mas flagro o que o Ego esconde
A percepção revela a alma, se é opoca eu passo longe... !