Acredito que depois de morto serei solto.
Para isso não tenho que ser bom,
Eu Tenho que ser sério.
Não contabilizo as boas acções,
Palavra de escuteiro.
Sem contas de cabeça vou marchar pelo Império.
As leis da estoicidade ligam a sirene.
Pedem que abrande o riso,
Eu Tenho que ser sério.
E ao mandarem-me encostar
Não tiram a mão do coldre.
Deixo o carro e vou marchar pelo Império.
O caminho é estreito demais para o meu ego,
Mas para me tornar numa criança
Eu Tenho que ser sério.
Não é a estrada que se alarga,
Sou eu que me apequeno.
A passo de bebé eu vou marchar pelo Império.
Ser imperialista é coisa tida do passado;
Pra me mostrar tão certamente errado
Eu Tenho que ser sério.
E ao queimarem-me a bandeira
Eles Seguram o facho.
Com orgulho inflamado Eu vou marchar pelo Império.
Faço o bem que quero e o mal que não quero Eu não faço.
Estava a brincar com a verdade
Eu tenho que ser sério.
A mão à palmatória e à geada
Para ter coração quente.
Se em estrada congelada Eu vou marchar pelo império.
Sei mais da eternidade que do amanhã,
Mas para um futuro risonho
Eu Tenho que ser sério.
Pedir a mão para não perder o pé
E saber pedir perdão.
Com a carga aliviada Eu vou marchar pelo Império.