No dia da partida após uma promessa
Ardiam na lareira os ramos de alecrim
A fé foi repartida não há quem nos impeça
De guardar a vida inteira a esperança sem ter fim
As heras enredadas em nós ao abandono
Na varanda envelhecida pela chuva impiedosa
Traçaram as vidraças de sombra, luz e sono
Vontade adormecida nos folhos duma rosa
Na morte desse inverno renasceu a primavera
Há no céu cinzento e terno a verdade que não espera
Da nascente até ao rio a derradeira jornada
Terra aberta mata o frio arde em fim noite calada.