Nesse mundo de ilusões onde passamos nossos dias
Não posso ser quem eu sou
Minha vida se confunde meio a cenas vazias
De ódio e de amor
Onde se convence o povo a comprar o que não precisa
Meu Deus, aonde é que eu estou?
Se você passar lá em casa por favor, meu bem, avisa
Quero esconder o meu mundo
Posso sofrer, posso chorar e até cair
Mas essa noite amor, eu vou morrer de rir
Posso sofrer, posso chorar e até cair
Mas certos dias eu me encontro assim
Pois sem amor, vejo que estou
Num mundo de ilusões
Escondo as emoções atrás de um computador
Trancado no banheiro, já com os olhos vermelhos
Eu tento esconder minha dor
Meu bem, o que eu queria era estar na Bahia
Com você, não existe um final
Sem luz, sem energia, sem carro, sem correria
Colhendo frutas no meu quintal
Posso sofrer, posso chorar e até cair
Mas essa noite, amor, eu vou morrer de rir
Quero viver, fazer um som, me distrair
Mas certos dias, eu me encontro assim
Pois sem amor vejo que estou assim
Procurando encontrar uma direção
Nesse mundo de ilusão.
Só espero que não caminhe rente à multidão
Surda e muda, sem visão
Fingem não prestar atenção
Quanto estão amordaçados pela manipulação
E por mais que eu tente é sempre
Diferente o que a alma sente o que a mente entende
Pouco a gente entende
Pouca gente entende
O que é relevante ultimamente, tão distante
Mais descrente do que antes fez-se o povo ignorante
Nesse instante pessoas brilhantes crescem nas favelas
Em um instante ideias brilhantes morrem atrás de telas
Nas novelas em um anúncio de TV
Monitores que amenizam dores, falsos amenizadores
Procuro me dar mais um tempo, pensar no futuro
Esfriar minha cabeça, respirar fundo, quem sabe
Além do mundo, eu mesmo me iludo
Finjo que esqueço de tudo
No momento eu só penso em fazer um som pra viver
Fecho os olhos pra não ver, permito não perceber
A frieza urbana, fraqueza humana, modo que voa a semana
Tempo que engana cidade, que esgana sistema
Que explana sua forma tirana enquanto
Se eu me desligasse até podia enxergar nós na Bahia, eu e você
Sendo abençoados por um novo dia
Parece até ironia hoje ser só nostalgia
Que preenche um espaço no meu peito em lacunas vazias
Dias de agonia, distância judia
A mente cria na melancolia mil filosofias, me alivia
Mesmo que por pouco tempo, a dor beneficia
Hoje o sofrimento virou poesia
Posso sofrer, posso chorar e até cair
Mas essa noite, amor, eu vou morrer de rir
Quero viver, fazer um som, me distrair
Mas certos dias eu me encontro assim
Pois sem amor vejo que estou assim
Bom dia, o sol brilha na minha janela hoje
E eu pensando e se esse dia fosse
Diferente, menos cinza, tipo, mais cores
Se a grama do vizinho é verde eu falo traz flores
Não é uma vida, cada vida é única
Não é uma noite pra fazer uma música
Bem que eu queria ter a sorte de súdita
Se eu me afogo em meus anseios, é uma morte súbita
Juntando os cacos sem sair de casa
Tô vendo o mundo mas só pela casca
Já vou sair mas não arrumei a mala
Eu tô dizendo, eu vou atirar mas não arrumei a bala
E a cada lágrima, meu mundo desaba, me desarma
E cada mágoa eu transformo em risada
Se eu ando em águas é um milagre a levada
Minha calma deságua
Eu nado no nada se o barco naufraga
Eu já cansei de viver o que eu vivi
Eu já cansei de chorar o que eu não vi
Eu já falei, eu não saio daqui
Até o sol nascer de novo hoje cês vão me ouvir
Eu já cansei de viver o que eu não vi
Eu já cansei de chorar o que eu vivi
Eu já falei, eu não saio daqui
Tudo que eu tenho pra dizer
Hoje cês vão ouvir (hoje cês vão me ouvir)
Não dá
Cansei de viver assim
Já não dá pra repetir os mesmos erros
Cansei de viver assim
Hoje é um bom dia pra esquecer o que me aflige
De todos os problemas são poucos que me atingem
Deixa a razão de lado se concentra e só finge
Que nada mais importa, tudo é certo então um brinde
Eu não quero o poder da esfinge, nem parte do trono
Eu não quero seus brindes, agrados e bônus
Eu tenho meus timbres, stereos e monos
A faixa, a mensagem, é isso que somos
Monte de cromossomos, malucos, doentes
Só água e carbono, o amor e o antônimo
Assírios e babilônios
Contradição, mantras
E vícios, distúrbios crônicos
Demônios e anjos, fome e obesidade
Não somos mais nada além do que nós dizemos que somos
Quem te disser o contrário mano
Desbanca na cara otário
É quem só aceita a verdade do jeito que chega aos olhos
Não projete em mim sua frustração
Do jeito que eu vim
E que eu sou é como eu vou terminar
Não projete em mim suas ambições
A confiança que eu carrego não cabe no julgamento
Não projete em mim em vão
Eu só lamento, se eu tiver que te decepcionar
Antes você do que eu
E a certeza que eu criei
É maior que meu entendimento
Mas do jeito que eu ando aqui não dá
Não dá
Cansei de viver assim
Já não dá pra repetir os mesmos erros
Cansei de viver assim