Quando avistei a terra jurei sem choradeira
Ajoelhei nas pedras e me deitei na areia
Agradeci a deusa mãe por me deixar partir
Mãe África
Subi ladeira, andei, cheguei no pelourinho
Olhar acolhedor, pensei é o meu caminho
Festa pra receber quem conseguiu não
desistir pela África
Vim nas águas dentre as mais bravas e
claras
Cruzei com você as linhas do mar
Fronteiras, barreiras, bandeiras
Maneiras de sobreviver inventar
(ôooôhh)
A sede me cega eu quero enxergar
O frio danado nas noites de lua
A chuva me dá de beber
O sol seca e vem pra queimar
Delírio é esperança pra quem quer chegar
Quando avistei a terra
Nas águas vi temporal, ventania
Na falta da nuvem sombra sumia
A dor teima em prevalecer
Crianças vejo padecer a gritar (ôooôhh)
Maus dias parecem nunca ter fim
A mente dispensa a descrença por mim
Os deuses os meus orixás
Dão força pra quem não quer mais resistir