Eu nasci como nasce a brisa, à beira do mar
amigo do sol e da chuva aprendi a voar.
Como faz o vento
assim eu quero viver.
Como faz o vento
o vento que anda e é livre entre nos.
E cresci buscando nos versos que a poeira escondeu
e arrastando as folhas que o outono varreu.
Não nasci para ser a pedra, mármore que cobre um morto,
a terra surprende a árvore e eu vou de porto em porto.
Abre menina abre a tua porta e deixa-me entrar,
ninguem vai saber nada e eu vou madrugar.
E assim sem olhar para tras hão de ver-me passar,
nada vos deixo, ninguem me espera, posso ir e voltar.