Sei do peso das palavras, tô no front de batalha
Onde minha voz é referência eu não posso cometer
falhas
O jogo, sujo, injusto, mas me mantenho na luta
Onde coíbem nossos atos e nos tratam de forma
injusta
Seu dinheiro é bem vindo, já você não!
Você só serve pra sangrar e fazer lucrar o patrão
Sem qualificação a classe dos excluídos
É considerada fabrica reprodutora de bandido
As ações coletivas mostram o quanto somos fortes
Mas o poder aquisitivo ainda barra nossos corres
A balança social aqui deixa a desejar
Enquanto nóis morre pela mistura os boy arrota caviar
Velejam sobre o mar, viajam pra Dubai
E você é de casa pro trampo do trampo pra casa cárai
E quando tenta dar um rolê visualiza o apartheid
Multa de 10 mil é a liminar pra entra nos shopping
Até quando vai ser assim? Até quando vamos aceitar?
Seu filho pede um brinquedo e você não pode comprar?
Não pode andar nas ruas do centro senão toma
enquadro
Agredido pelo policial não identificado
O direito atribuído ao pobre jovem periférico
É permanecer na sarjeta e não ter direitos
Se passar pela porta é perseguido pelo segurança
Que me vê como inimigo mas mora do lado de casa
Eu vejo diariamente a ação do inimigo
Que suga seu sangue te induzindo ao abismo
O preconceito é atuante em nossa sociedade
E não é selfie na internet que vai muda a realidade
[Refrão]
Eu Vou Narrar A Dor, O Declínio A Ascensão
Minha Voz Vai Ser Luz Pra Quem Tá Na Escuridão
Vou Expor Minha Opinião Mesmo Que Ela
Incomode
É Por Paz, Por Justiça Né Pra Ganhar Ibope
Ai cê vem me pergunta por quê os versos são agressivos?
Por quê não faço um rap a pampa, menos subversivo?
Por quê da cara fechada? porque não ser mais ameno?
Não vou ficar mostrando os dente enquanto narro os
veneno
Sem ficção, na contenção, não tô pra brincadeira
50 city mais violentas do mundo 16 são brasileira
A justiça é cega? Não pro piloto do helicóptero
Que assinou por tráfico, só mais um bode expiatório
Pro arrombado do Perrela não deu nada afinal
Ele é filho do Senador e é Deputado Federal
Foram apenas de 400 quilos de cocaína
Repressão é só pros menor que vende uns pino nas
esquinas
Homicídio Culposo? Sem intenção de matar?
A multa de 1 milhão não vai trazer o ciclista de volta
A corda aqui sempre arrebenta pro lado mais fraco
A pena do Thor Batista virou serviço comunitário
Já o menor que furtava foi no poste amarrado
Dejavu do que era feito no passado com os escravos
Então não vou mudar as palavras, Não vou romancear
Enquanto bandido tiver cumprindo pena domiciliar
Enquanto professor for menos valorizado que o Neymar
E os estádio forem mais importantes do que as salas de
aula
Enquanto escândalo político for tratado como comédia
E não como crime hediondo de brutal violência
Já que os presídio tá lotado e as bibliotecas tão vazia
Prossigo melancólico e ao escrever cada rima
As palavras virão pesadas, sem massagem contra o
opressor
Sem verso Pop, Holofote, Eu sou o cronista da dor!
[Refrão]
Eu Vou Narrar A Dor, O Declínio A Ascensão
Minha Voz Vai Ser Luz Pra Quem Tá Na Escuridão
Vou Expor Minha Opinião Mesmo Que Ela
Incomode
É Por Paz, Por Justiça Né Pra Ganhar Ibope