ODE AO COMPANHEIRO VAGABUNDO
Totó,
nervoso que só,
latiu pra vovó,
num surto correu,
rosnando pro pneu.
Totó,
tão irracional,
rasgou meu jornal,
freguês do canil:
adora a fêmea no cio.
Sonhando estar n'uma churrascaria,
dormiste sempre sob a noite fria -
Cão condenado ao futuro de andar no quintal.
Não vou cortar meu cabelo
nem tosar o seu pêlo,
cachorro bonito que uiva pro céu.
Então façamos um trato:
Eu tiro o teu carrapato
se você me ensinar a viver sem trabalhar.