Eu não posso relembrar o que escrevo
Posso lembrar apenas de alguns sonhos
Que descem insanamente ao meu ver
Este terrível silêncio que me purifica
Agora a guerra é um desejo meu
Eu não posso andar, não posso ver
É o desejo maior que meu ser
Não é real colorir sonhos
O mundo é uma praia de metal
As pessoas, são parafusos que não se encaixam
E as valas, o berço do mal...
Veja a face do lobo surreal...
Note sua cegueira, sua dormência
E não deseje mais nada pra os céus
Mergulhe no tempo restante de sua dormência
Fale com o escuro purpurina na névoa
Goste de pensar que será uma novidade
Use sua máquina mental...
E destrua o resto da falsa verdade
A escuridão me aprisiona...
Me mostra um horror
Eu não sou mais...
Sou aquele sem nome, sombra os sonhos...
Nada mais há... Apenas desejos iguais...
( Rafael Vieira de Britto )