Acabei de sair de casa
Com a cara amarrotada
Deixei o ferro na tomada
Alguém precisa desligar
Procurei minha vontade na escada
E saí sem encontrar nada
Já botei o pé na estrada
Veja o tempo que ganhei
Vejo várias faces duplicadas
E eu já não sei se é meu problema de visão
Ou se comecei a enxergar além
Uma a uma, cada qual com seu oposto
Cada rosto, um mistério
Que eu não desvendei
E essa pressão, que eu nem sei de onde vem
Eu preciso respirar, eu preciso de algum motivo
Olho para os lados e não vejo mais ninguém
Eu preciso respirar, eu preciso me sentir mais vivo
Como o tempo passa devagar!
Me deram uma hora para compreender
Resolver os meus problemas emocionais
Não vejo a hora de voltar
Para casa
Para o nada
Chegou a hora, eu vou embora
O cansaço triplica o peso dos meus ombros
E é tanta dor, que eu nem sei o que fazer
Pensamentos passam embaralhados
Se opondo ao linear
Mas estou satisfeito
E eternamente grato
No meu ato de quietude, já percebo a perturbação
Minha velha amiga retorna à casa
E essa pressão, que eu nem sei de onde vem
Eu preciso respirar, eu preciso de algum motivo
Olho para os lados e não vejo mais ninguém
Eu preciso respirar, eu preciso me sentir mais vivo
De nada adiantou
De nada adiantou