Quando me dizem
Me perguntam pra quê serve
Pra que tanto tempo
Tanto solo carpido
Tanta lavoura sem fruto
Tanto negócio falido
Quando me zombam
Pra que toda essa soberba
Tanta reticência
Tanto amargo na língua
Toda essa falta de ginga
Mesmo que você consiga
Por favor, Dona Necessidade
Não vá me levando motivos
Inventando uma verdade
Me cobrando a cada tanto de coragem
Cada caso honesto
E no fim das contas a canção é a chantagem
Que me me estende as mãos
Mas me abandona
Quando me cobram pra que eu gere gentileza
Foque na raposa e corra como cabrito
Viva em humilde nobreza
Fingindo que eu acredito
Que a necessidade chega sem avisar
Levando meus cigarros, minha sala de estar
Meu medo, meu relógio, meu prazer, meu penar
E o meu esmero por mensagem subliminar
Por favor, Dona Necessidade
Não vá me levando motivos
Inventando uma verdade
Me cobrando a cada tanto de coragem
Cada caso honesto
E no fim das contas a canção é a chantagem
Que me me estende as mãos
Mas me deixa pra trás
Mas me deixa pra trás