Devagar rever meu ser vi
nascer um afã nas palavras
discretas cobertas de memórias
escondidas nas lidas da
timidez acordar o mundo
de um estranho cortês
degustar a pele e a fera
escorrer os dedos nas maças
entre os lábios ancora a flor
insiste o beijo de cetim e
acalma o ar que em chamas
se derreteu aquece o sangue e
a sede de ficar nasci pra ser
seu sim e você meu ar
respirar o seu calor e
transpirar murmúrios
musicar os seus cabelos
contornar seu corpo nu nos
carinhos que o desejo
conduz desenhar os traços
de um perfil de pele de
veludo e o quarto guarda as
faces de semblantes que
clareiam luz.