É fim de tarde
As folhas dançam ao vento
E o pescador se distrai
E conserta as suas redes
Em silêncioE relembra as ondas e o barco
Noite em claro e ele tão longe do lar
Tempestade em mar aberto
Pensamento
As agulhas e as linhas
O olhar de quem já não mais sente nas mãos
A própria dor
O talho tão cruel
Fios soltos e rompidos
Logo reparados e cingidos assim
Com força e com vigor
E mais um carretel
Assim é Deus em seu amor
A corrigir e emendar
Nossas redes rotas, tão poucas,
E o coração infiel e teimoso
Assim é Deus em seu amor
A refazer e retomar
Laços tão humanos, tão frágeis
Num mundo cada vez mais perigoso
Logo tudo se renova
O horizonte anuncia:
O sol nascente brilha!
O vento já mudou
O pescador já voltou ao mar
E a longa praia a esperar
Alguém que logo irá voltar