Quem trancou as portas do céu
E esqueceu o caminho de casa?
Quem roubou nossos sonhos
Quebrou o cristal que mirava o azul?
Que secou toda água do mar
E levou seus tesouros guardados?
Quem queimou as florestas tão verdes
E as flores do éden, quem foi?
Quem arrancou a última rosa, alegria desse jardim?
Quem cobriu a luz das estrelas, o brilho da lua e do sol?
Emudeceu a voz do canário e o canto do uirapurú
Melodias e cordas partidas, violas em cacos no chão
Clara luz do amor guardada, é o que restou pra nós
Clara luz, semente intacta do amanhã, do amanhã
Clara luz, fonte límpida eterna que cura, cura
Clara luz, que traça alguma pode corroer
Ladrão algum pode roubar
Como o caos não pode o cosmos apagar
Este sagrado coração, chama de amor entre os espinhos
A compaixão, que alivia a dor do mundo com carinho
Vou me deixar levar por tua mão
Deitar no colo teu, oh grande deusa mãe
Me saciar de sua seiva estelar
E me fartar dessa certeza
Que a humanidade e este planeta
Por mais incrível que pareça
São paraíso e a comunhão
O paraíso e a comunhão