Embora um crente autêntico
não perca a salvação,
no entanto, pode se desviar
do caminho da verdade.
Havia na própria Igreja Primitiva,
conforme os escritos dos apóstolos,
um grande contingente de apóstatas,
que eram pessoas
que haviam abraçado nominalmente
a fé cristã,
e que por fim chegavam
até mesmo a ocupar
posições de liderança na igreja,
ensinando um falso evangelho
ou práticas pervertidas.
Estes casos de apostasia prática,
sem se levar em conta
condição destes apóstatas
quanto a terem tido
uma verdadeira experiência
de conversão, pela justificação
e regeneração do Espírito,
levava os líderes da igreja
a agirem para manterem
a pureza doutrinária e de vida
entre os verdadeiros crentes.
As exortações contra a apostasia,
deveriam ser de tal natureza,
que ficasse bem clara
a condição em que se encontravam
os apóstatas diante de Deus,
sendo dignos de serem submetidos
a um juízo terrível,
de modo que ninguém se sentisse
encorajado a apostatar da fé.
Eles não transitariam livremente
com suas heresias e mau exemplo,
valendo-se da longanimidade divina,
que retarda Seu juízo
sobre os inimigos da verdade,
pensando que isto seria
uma opção viável e segura,
uma vez que se tivesse tido
um primeiro contato
com a fé evangélica.
O fato de Deus tolerar e suportar
que o erro caminhe ao lado da verdade,
que o joio cresça ao lado do trigo,
não significa de modo algum
que Ele seja indiferente ao erro.
Era exatamente contra este perigo
de se viver longe de Cristo,
que o autor de Hebreus
estava tencionando alertar
aqueles crentes judeus
que estavam colocando
sua fé simplesmente
na lei cerimonial de Moisés,
buscando se aperfeiçoarem
na carne, ou seja,
segundo o velho homem,
e não na ação regeneradora
e renovadora do Espírito Santo
que opera no novo homem
criado em justiça segundo Deus.
Para estimular os crentes
à perseverança,
Deus associou
o conforto e certeza da salvação,
a um caminhar fiel
na Sua presença;
de modo que não se pode ter isto,
quando se caminha
de um modo desordenado,
que traz, grande desonra,
não somente para aquele
que assim caminha,
como também para o próprio Deus
e para a Igreja.
Não é porque Deus prometeu
uma aliança eterna e segura,
na qual tem usado de longanimidade
e misericórdia,
que temos liberdade consentida
da parte dEle,
para abusar de tal bondade.
Tanta graça e tanto amor,
ao contrário,
deveriam nos constranger
a uma completa fidelidade.