As mãos calejadas manejam esperança
Negô trabáia e clama bonança
Chorava na grande calunga a dor
Dos braços da mãe para as mãos do senhor
Longa caminhada
Do Valongo a chegada
Vale regado de sangue e suor
Pelos cafezais, saudade, herança
Colhendo o ouro negro em cada grão
A força da raça lamenta a mordaça
E o preço de uma miscigenação
Da coroa portuguesa, todo luxo e riqueza
Vem pra mesa do Barão, com o fruto desse chão
Em cada encontro um gostinho de café
Forte como a fé, devotada a Senhora Conceição
E na poeira do tempo, o sofrimento
São cicatrizes na memória
Em uma nova trajetória
Os filhos verdadeiros dessa terra
Coroa e manto, canto e reza no altar
Oh! Padroeiro, alumia
Tem choro, jongo e capoeira
Salve a voz brasileira... Clementina
Hoje a mesma cidade, com nova paisagem
Abre as portas pra modernidade
Minha Formiga com esse povo promissor
Trás nas contas do Rosário
Verde, branco e muito amor
Aroma que aquece a vida
Seduz a alma e o coração
Perfuma os versos da Império da Tijuca
Vale a Inspiração!!!