Um sol tão fino de sujar os olhos
E a mão suja na tinta da flanela.
Ou de arranhar todas as janelas
Que nem faltasse asfalto pra pisar.
Se for trocar suor por mais moedas.
Que todo osso é pra morder
E toda raiva é pra gritar
Sem nome o corpo joga as sombras sobre a tarde.
E um automóvel imóvel dócil à luz vermelha
Espera a cada fim que passe o próprio medo
No brilho riso aberto ao beijo do cigarro
Da mão levando a ira em aço pelos dedos
aponta, empurra, fura, mata a sede
Afaga um pouco a alma e acalma a fome