Tenho milhares de almas
Milhões de amores
Milhares de bocas
Trilhões de beijos
De carícias
De desejos
Para quem confessaria o meu amor
Se apaixonada sou multidões
De mulheres
Todas gritando por liberdade
Fisicamente um único ser
Sensível e indecifrável
Dentro de uma solidão incomensurável
Todos os passantes pela minha vida
Piedade
Pois se tenho todas as promessas do sim
Tenho de suportar, também, todas as renúncias
E renunciar quando se ama, é morrer
Disse o poeta
Vim morrendo pela vida aos longos dos meus anos
Morro todo o dia
Morro a toda hora
Morro a todo instante
E morro agora