O amor não viu a tua fulgurante beleza
De Aurora Boreal
Que ofusca as visões que contemplam teu semblante
De deus belo
Que atinge o âmago das almas apaixonadas
Perdidamente enamoradas
E nada dela tenho
Não respeitou o odorífico frescor da tua pele
De juventude que suscita desejos
De pertencimentos e afronta
A minha idade avançada
E eu perturbada
Ruei às tontas tentando me aprumar, em vão
Tão pouco mensurou as nossas diferenças
A tua graduação
Elevada
Tua sumidade construída não por acaso
Em longo prazo
Entre livros e laboratórios
E a minha pouca, quase analfabeta
Muito indiscreta
Vontade de te alcançar. Como seu eu pudesse!
Desfazer a abissal fenda
Que nos separa. Tu és A, eu quase Z
Numa verticalidade de Abcd
Quando te amei
Estava louca
"Doida varrida"
"Doida de pedra"