Sabem aquela loba solitária da estepe
Que uiva para a lua em agonia?
Fugiu-lhe o companheiro e recrudesce
A dor. Eis no chão, já morta, sua cria
Está sozinha na noite densa e tenebrosa
O vento sopra seu lamento à freguesia
Que não se importa com aquela desditosa
Por não serem pares, lhes negam companhia
A loba, leitores, sou eu
A noite, é a vida, longa e sombria
O companheiro era meu sonho
Que me abandonou no meio às tempestades
Daí, fiquei vazia
A esperança jaz morta, era tudo que eu tinha
Minha irmã, minha mãe, minha filha
Era a cria