Na escuridão soltaram a minha mão
Não me deram sequer o tempo para o prumo
Sem rumo
Tateei trôpega a parede do Universo
Sem visão escorreguei no labirinto dos sonhos
Perdi-me nele
Não encontrei saída
Sem guarida, patinei no lodo das desilusões
Estive órfã toda a eternidade
Meus deuses não me responderam
E em todos os cantos
Apenas os meus prantos
Jorraram em uníssonos enlouquecedores
Não tive amores
Apenas o eco das minhas paixões
Desabridas e Jamais correspondidas
Por isso mesmo, vãs
Fugazes
Pequenas e pobres como as minhas lembranças
Não fiz nenhuma história
Fui sempre um ser totalmente insosso
Vagueei por aí
E, então, um dia eu morri
Sonâmbula na minha solidão