Eu sou barro, eu sou chão
Eu só pó, eu sou poeira
Sou filha desse torrão
Eu sou a raça brasileira
Eu moro no pé do morro
Que fica ao lado de uma favela
É tão perto que eu acho
Que eu faço parte dela
É lá que eu bato o cavaco
E no partido alto sou considerada
Sou o retrato cantado
Do samba cadênciado
Minha filosofia é cantar
Os meus versos com simplicidade
É provar que o morro
Também tem direito a felicidade