Eu quero ver a morte da família tradicional brasileira
E assistir o sangue da garganta escorrer na casa inteira
E aplaudir de pé quando essa gente cair do pedestal
Graciosa na lama implorando pelo amor celestial
Eu quero ver a morte da família tradicional brasileira
E assistir o sangue da garganta escorrer na casa inteira
E aplaudir de pé quando essa gente cair do pedestal
Graciosa na lama implorando pelo amor celestial
Banalizar a vida não a torna mais formosa
Que os olhos de um abutre no deserto
Cuidado com o bote das serpentes que compram sua alma
pelo preço incerto
As mães solteiras, de filhos adotados
Todas as avós criando, o neto abandonado
Homens com Homens, Mulheres com Mulheres
Já não são mais família pela lei
Eu quero ver a morte da família tradicional brasileira
E assistir o sangue da garganta escorrer na casa inteira
E aplaudir de pé quando essa gente cair do pedestal
Graciosa na lama implorando pelo amor celestial
Eu quero ser o grito da garganta de quem luta por justiça
E escrever a minha própria história sem ter medo da polícia
E acender a vontade pura de lutar contra o poder
Que lá do alto, dita quais as regras e a forma de viver
A lágrima da bomba de pimenta não enche
A geladeira de quem não tem nem o vinagre
Cuidado com o sorriso de petróleo e lama
Que escorre da boca de quem promete o milagre
As mães solteiras, de filhos adotados
Todas as avós criando, o neto abandonado
Homens com Homens, Mulheres com Mulheres
Já não são mais família pela lei
Dos desalmados
Do alto dos seus tronos que nós mesmos compramos
Cagando as regras pra viver
Pra amar
Pra sofrer
Pra chorar
Pra sorrir
Pra fumar e pra abortar
Pra morrer
Pra morrer