Mãe, eu quero ficar sozinho.
Mãe, não quero pensar mais.
Mãe, eu quero morrer mãe.
Eu quero desnascer, ir-me embora, sem sequer ter que me ir embora.
Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim.
Outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe?
Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento.
E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar?
Partir e aí nessa viagem ressuscitar da morte ás arrecuas que me deste.
Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe...
Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias... Lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar...
Timoteo.