Lá vem Salgueiro
Em um só coração, é o tambor
Que marca meu peito
E pulsa na força do pavilhão esse amor
Paixão que talha a madeira
Aquece a fogueira
Orgulho em vermelho e branco
Ressoa no couro desse tambor
Chama o povo pra lutar que eu vou
Cantar e revelar o encanto
Da África sagrada mãe dos Orixás
Vibrando à luz dos ancestrais
Nas crenças e tradições
Pelos cantos desse mundo
Rufam nas celebrações
Bate o atabaque, Ogã
E o coro ecoa no terreiro
É soberana
A magia do girar da baiana
Arrepia meu Salgueiro
Tem candongueiro no jongo e caxambu
Congada, carimbó e ijexá
Baque virado pro Rei do maracatu
Firma na palma o partido popular
Batendo lata, subindo a ladeira
Há esperança menina no olhar
O apito do mestre vai ecoar pra eternidade
Desce o morro a furiosa bateria
A cuíca chora de saudade